domingo, 29 de março de 2015

Plantas parasitas

No post anterior falamos das plantas epífitas. Muitas pessoas pensam que elas se alimentam da planta na qual se apoiam, mas na verdade não. As que fazem isso são as plantas parasitas. Quer ver como já viu por aí e nem sabia? Olha só essa foto abaixo:


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Essa é a Cuscuta spp. mais conhecida como fio de ovos. Se vir uma dessa nas suas plantas corra para arrancá-la ou até sacrificar a planta afetada e tacar fogo. Ela se alastra impiedosamente sufocando a planta hospedeira. Elas produzem milhares de sementes que ficam viáveis no ambiente por até 15 anos. Estas se disseminam facilmente e além disso são carregada por pássaros para fazer ninhos. Além de todo esse problema, a fio de ovos ainda transmite doenças virais.

"Assim que encontra sua vítima, a pequena muda se enrosca e emite haustórios, órgãos de sucção e fixação que penetram no tecido da planta afetada roubando-lhe a seiva elaborada. As raízes originais morrem então, pois não são mais necessárias. Seu crescimento é veloz e algumas espécies podem crescer cerca de 7 cm por dia.
"Não há nenhum herbicida específico para acabar com este parasita. As medidas de controle incluem arrancar manualmente toda a praga e queimar os restos infestados, preferencialmente antes da floração e frutificação. Se você estiver disposto a sacrificar a planta hospedeira para conter o espalhamento dos fios-de-ovos, herbicidas pré-emergentes, como Dacthal, combinados com a aplicação de 2,4-D, irão matar tanto a hospedeira como a parasita." (Fonte)

Vamos lá conhecer mais algumas e mais sobre essas curiosas plantinhas
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Encontrada em matos e matagais e orlas de bosques. Parasita de Leguminosas arbustivas (Cytisus spp., Ulex spp., Genista spp.)
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"Do mesmo modo que muitas plantas estabelecem uma interação com animais ou com fungos, também existem algumas plantas que estabelecem uma estreita relação com outras plantas. São as plantas parasitas ou HOLOPARASITAS (parasitas totais) que perderam por completo a função fotossintética. As folhas são desnecessárias e estão reduzidas a pequenas escamas amareladas ou desapareceram por completo. A transpiração foliar é nula e também os órgãos de transporte de água, como o xilema, são muito reduzidos ou não existem, assim como as raízes.

Orobanche ramosa
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"As plantas parasitas desenvolveram órgãos de sucção especiais, que penetram nos feixes condutores da planta hospedeira, os haustórios, que utilizam diretamente do floema a matéria orgânica sintetizada pelo hospedeiro, não havendo por isso necessidade de realizar a função fotossintética. Muitas espécies parasitas são subterrâneas ou vivem dentro dos tecidos de outra planta (hospedeiro) e só na altura da floração se tornam visíveis para o exterior, desenvolvendo algumas flores de cores lindíssimas.

Orobanche gracilis. Encontrada em prados, pastagens, matos, baldios, incultos. Parasita leguminosas, talvez com preferência por leguminosas arbustivas, sendo frequentemente encontrada sobre Retama sphaerocarpa e Cytisus.
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"Uma destas parasitas, talvez a mais conhecida é a Rafflesia, das florestas tropicais úmidas de Bornéu e Samatra. Produz a maior flor do mundo, cujo diâmetro chega a atingir 1m e no entanto todo o seu ciclo de vida se reduz a uma rede de filamentos escondidos no interior da planta hospedeira.

Olha a Rafflesia aí:


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"No clima mediterrânico também se encontram algumas parasitas deste tipo como o Cytinus hipocistis, uma parasita específica da família das Cistaceas, espécies muito abundantes por todo o mediterrâneo. Cytinus hipocistis desenvolve todo o seu ciclo de vida no interior da raiz das suas hospedeiras e só na altura da floração, que é coincidente com a da planta hospedeira, a partir de Fevereiro/Março, sobressaem ao nível do solo pequenos botões florais avermelhados que abrem em cachos de pequenas flores amarelo alaranjadas." (Fonte)

Cytinus hypocistis
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"Outra das mais raras plantas do mediterrâneo, que cresce em zonas arenosas próximo do mar é o Cynomorium coccineum. Na ilha de Malta, onde foi muito abundante, é designado por fungo maltês embora não seja de fato um fungo, mas uma autêntica planta. A maior parte da sua vida é subterrânea e retira os seus alimentos da raiz da tamargueira. Neste estádio do seu ciclo de vida reduz-se a um caule donde brotam numerosas ventosas que a ligam às raízes da planta hospedeira. As folhas reduziram-se a um pequeno número de escamas minúsculas à superfície do caule. No verão irrompem do solo espigões grossos que se elevam alguns centímetros acima deste e que estão cobertos por uma grande quantidade de minúsculas flores vermelhas tão próximas umas das outras que parecem uma pele bastante rugosa." Fonte


Cynomorium coccineum
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Interessante não é? Vamos ver mais algumas fotos dessas plantas estranhas (fotos wikipédia):


Afrothismia hydra

Monotropa uniflora

Monotropa uniflora

Essas três beldades acima são ainda mais bizarras, pois parasitam parasitas!

"Muito da diversidade e riqueza vegetal se deve a fungos de solo e suas micorrizas, associações entre fungos e plantas, uma vez que eles fornecem às plantas água e nutrientes do solo e elas fornecem açúcares formados na fotossíntese.Claro que nem sempre a associação é tão pacífica, e muitos fungos podem apenas captar recursos das plantas sem fornecer nada em troca. O que a planta fantasma e as Afrothismia aí acima fazem é a chamada mico-heterotrofia, ou seja, as raizes destas plantas parasitam as hifas dos fungos que se associam a outras plantas (simbiontes ou parasitas).Graças a este estilo de vida, elas não precisam mais produzir a própria energia e podem dispensar a clorofila e as folhas, e investir apenas em raízes e flores, para crescer e se reproduzir como todo bom parasita." Fonte

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